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Crítica - Twisters

Confira na coluna do Maurício..

Redação
Por: Redação Fonte: Maurício Comin
26/10/2024 às 10h37 Atualizada em 26/10/2024 às 10h51
Crítica - Twisters
Divulgação

Twister foi um grande sucesso dos anos 90, e que como filme-desastre até que empolga, e funciona muito bem em função das ótimas sequências de ação e pelo excelente trabalho de efeitos sonoros e especiais (especialmente o som, que ainda impressiona), mesmo não nos importando nem um pouco com os personagens do fraco roteiro (o velho ponto fraco de produções do tipo, mas que nem isso consegue contornar), onde trazia os rostos de Helen Hunt e do saudoso Bill Paxton. Quase 30 anos depois, Twister se mantém como um dos grandes exemplares de filmes envolvendo furacões e tornados, e que ganhando uma espécie de continuação tardia, este Twisters supera o bacana clássico de 1996 não só nos efeitos especiais e sonoros, mas por trazer elementos que melhoram a história e a experiência.Trazendo um grupo de caçadores de tornados no intuito de fazer alguma coisa a favor da ciência, Twisters busca trazer os principais elementos que tornaram o original de 1996 em sucesso, ou seja, o filme traz um eficaz clima de aventura descompromissada, soando um pouco mais sóbrio que o original e dessa vez trazendo elementos dramáticos mais fortes. E nesse aspecto, o começo do filme estabelece bem a protagonista e nos leva a se afeiçoar a ela. E falando em afeiçoar, a escolha do elenco foi bastante feliz já que os novos personagens são carismáticos e interessantes o bastante para sustentar o filme e nos fazer acompanhá-lo (embora aqui, acredite que seja mais pelo elenco do que pelos personagens, que nada mais são que complementos entre uma cena de tornado e outro).

 

Por outro lado, o roteiro se enfraquece já que em dado momento ele abandona muitos pontos da história, deixando-os de lado, como o objetivo inicial da equipe (que é esquecido por uma parte do filme), assim como a exploração de um ponto da história envolvendo pessoas lucrando com a tragédia alheia (o que posso ler como uma crítica ao capitalismo, mas é superficial demais).Felizmente, se o original de 1996 tinha uma história que colocava todas as engrenagens do roteiro no início no intuito de já colocar a história em movimento e não parar mais, nem que tenha que segurar ao máximo o sucesso daquela missão (o que sacrificava os personagens – unidimensionais – em favor da ação), aqui o roteiro até traz novamente pontos que já foram feitos no original (a protagonista absorve as principais características dos protagonistas do filme de 1996 – ou seja, ela passa por um trauma pessoal, mas anos depois ainda tem ímpeto para a aventura -, temos também personagens interessados nos tornados mais pelo valor monetário do que científico, e também uma cena em que um evento é interrompido por um tornado), mas que encontra novidades ao trazer pequenas surpresas a eles, e uma âncora emocional que faltava ao original (e o trauma da protagonista, embora não procure o excesso de melodrama, é solucionado sem muita sutileza ao retratar a protagonista vendo outra pessoa junto de uma garotinha apavorada em um tornado). E principalmente, o filme realmente nos faz sentir a consequência e o peso da tragédia dos tornados ao retratar a devastação provocada nas regiões (algo que o original mostrava em apenas uma sequência sem grande impacto ou alarde).

 

Aliás, talvez pelo fato do Twister original não ser lá um filme que se preocupava com uma lógica científica acurada, que o roteiro desse aqui se mostra incrivelmente orgulhoso da ciência retratada aqui, tentando ao máximo tornar sua ciência o mais convincente possível com sequências que os personagens destilam umas mil palavras explicando conceitos e palavras envolvendo tornados e meteorologia que eu certamente nunca ouvi falar, e nem faço ideia se é possível, mas que aqui e ali soa bobo em um filme que não quer ser mais do que um passatempo descompromissado, mas que tenta posar de filme sério (e comprova também a onda atual de transformar o Cinema em algo mais realista e menos fantasioso), e ainda incha o filme com informações demais.Por outro lado, Twisters se sai bem melhor naquilo que é sua obrigação como filme-desastre, e suas sequências de ação evitam o exagero (não temos uma vaca voando dessa vez), e sendo as verdadeiras estrelas do filme, são um espetáculo audiovisual, onde atinge o ápice no terceiro ato numa longa sequência que além de tensa e empolgante, sustenta a adrenalina de seu clímax. E claro, os efeitos especiais são espetaculares, impressionando nas imagens de destruição e nos tornados criados em computação gráfica, enquanto o design de som nos leva para dentro dos tornados, nos fazendo sentir as tormentas e o vento assustador de um tornado (cujo ronco intenso quase o torna um personagem à parte). Além disso, a direção de Lee Isaac Chung acerta ao jamais esquecer que os tornados são uma força da natureza, e que sim, o que vemos pode ser impressionante, mas que sempre causa estragos e vidas perdidas.


Trazendo uma única referência ao original e atingindo uma divertida metalinguagem ao trazer uma tela de cinema destruída por um tornado mostrando ao longe a destruição causada (e o diretor Lee Isaac Chung sabia muito bem o que estava fazendo já que coloca a câmera em uma posição que ressalta a nossa visão como espectador dentro de um cinema), Twisters diverte e empolga como bom filme pipoca, e conta ainda com ótimas atuações (Daisy Edgar-Jones está ótima e convence em seus dramas pessoais, Glen Powell mostra-se incrivelmente carismático em seu personagem, mas confere camadas que o tornem mais interessante do que parece, Anthony Ramos está ótimo e carismático como de hábito, enquanto os coadjuvantes apostam na unidimensão dos seus personagens com eficácia), uma bela fotografia (que explora bem as paisagens em planos abertos que destacam o impacto e a destruição dos tornados, e é divertidinho o momento que os personagens são iluminados por uma luz vermelha quando o tornado se torna perigoso demais, destacando o perigo e sua aura demoníaca), uma ótima trilha sonora (que embora apareça mais do que o necessário em alguns momentos, é eficaz ao equilibrar seus temas mais tensos com outros mais contemplativos, como se retratassem a natureza de forma mais bela, já a escolha de músicas no filme é bastante irregular e pouco acrescenta), enfim, é um ótimo filme.

 

PS.: Há uma breve cena adicional durante os créditos finais

 

Link no Blog: https://criticasdefilmes1.wordpress.com/2024/07/11/twisters/

Gênero: Ação/Aventura
Duração: 117 Minutos
Distribuição: Warner Bros.
Direção: Lee Isaac Chung
Elenco: Daisy Edgar-Jones, Glen Powell, Anthony Ramos, Brandon Perea, Sasha Lane, David Corenswet e Maura Tierney

 

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