O cenário é o pior possível. Com três meses de paralisação das atividades esportivas por conta da COVID-19, os clubes brasileiros não tem receita e penam para quitar seus compromissos como folha de pagamento, ações trabalhistas, dívidas na FIFA, entre outros. No caso do Atlético, o atraso de salário bateu na casa dos dois meses, e só foi quitado o débito com a ajuda de parceiros.
Alheio ao momento financeiro trágico, e no sentido inverso ao seu discurso de posse em 2018, que pregava a austeridade, Sérgio Sette Câmara não tem medido esforços para dar ao torcedor atleticano um grande título em seu último ano de mandato. No caso, restou o campeonato brasileiro, visto que o Atlético foi eliminado precocemente da Copa do Brasil e da Sul Americana, o que comprometeu mais ainda as contas do clube.
Para atender os devaneios do técnico Jorge Sampaoli, Alexandre Mattos, diretor de futebol do clube, cuja fama é de ser agressivo no mercado da bola, tem feito um trabalho hercúleo nos bastidores. E só neste período de quarentena, cerca de 50 milhões de reais foram investidos nas aquisições dos jogadores Alan Franco, Léo Sena, Marrony, Bueno e Keno (não fechou mas está muito próximo de um acerto). E se o Atlético concretizar as contratações dos estrangeiros Alonso e Gaich, o investimento será bem próximo de 100 milhões de reais.
E quem paga essa conta? O Galo conta hoje com um aporte financeiro inigualável no futebol brasileiro. A MRV, que terá seu nome estampado no estádio do Galo e o banco BMG injetam muita grana nos cofres do clube, estão bancando os reforços e boa parte do salário do técnico argentino, que chega próximo de 1,2 milhões de reais mensais – treinador e comissão técnica.
Mas é evidente que os mecenas do Galo não são instituições de caridade. E se houve investimento, haverá contrapartida. Uma hora essa conta vai chegar. Quem vai pagar? E como essa conta será paga? Segundo o mandatário alvinegro, os parceiros emprestam dinheiro ao clube, que paga em pequenas parcelas e com juros muito abaixo do mercado. Além disso, o clube espera um lucro anual de 100 milhões de reais quando o estádio estiver pronto, em meados de 2022. Para finalizar, 12 jogadores foram dispensados, aliviando a folha salarial do clube em 2 milhões de reais.
Fato é que Sette Câmara aumentou a dívida do clube de 652 milhões para 746 milhões em três anos, sendo que metade dessa dívida é bancária. Não conquistou nenhum título e colecionou fracassos em campo. O torcedor, carente de grandes conquistas, deseja a todo custo um time competitivo e um título relevante, mas está com um pé atrás pois a barba do vizinho ardeu recentemente e custou um rebaixamento para a Série B e um cenário financeiro caótico.
Até que ponto vale a pena fazer loucuras para conquistar um título, sem ter a certeza que irá conquistá-lo? Os dirigentes planejam a curto prazo, e deixam o abacaxi para as gestões futuras, e geralmente o final da história é um pesadelo. Exemplos de más gestões no futebol brasileiro temos aos montes. E os dirigentes não aprendem.
Dica de rock
Já que o assunto é dinheiro, o sucesso de hoje é Money, da maior banda de rock de todos os tempos, Pink Floyd.
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Sol, pancadas de chuva e trovoadas.Mín. 16° Máx. 30°
Sol com algumas nuvens