
A temporada 2025 da Fórmula 1 chega ao seu terço final com emoções intensas, disputas internas e surpresas que movimentam o paddock. Até 24 de setembro, após o GP do Azerbaijão, a McLaren segue como a grande força do campeonato, mas vê a Red Bull e a Mercedes ainda na cola. O título está longe de ser definido e promete capítulos eletrizantes nas próximas etapas.
A equipe inglesa vive seu melhor momento em décadas. Oscar Piastri e Lando Norris formam uma dupla equilibrada e veloz, responsável por levar a McLaren à liderança confortável no Mundial de Construtores.
No entanto, a disputa pelo título entre os dois pilotos começa a ganhar tons de rivalidade. Piastri liderava o campeonato com 324 pontos, mas seu abandono no GP de Baku, após acidente logo na primeira volta, recolocou Norris no páreo. O britânico soma agora 299 pontos e aproveitou o revés do companheiro para encurtar a diferença.
Max Verstappen, tricampeão mundial, não se intimida com a força laranja. No Azerbaijão, o holandês da Red Bull brilhou ao conquistar um “grand chelem” — pole, vitória e volta mais rápida. O resultado o mantém vivo no campeonato, com 255 pontos, pronto para aproveitar qualquer tropeço da McLaren.
Apesar disso, a Red Bull enfrenta turbulências nos bastidores. A saída de Christian Horner, após 20 anos no comando, mexeu com a estrutura da equipe e trouxe incertezas para o futuro imediato.
Se a Red Bull vive momentos de instabilidade, a Mercedes se mostra sólida. George Russell ocupa a quarta posição no campeonato, com 212 pontos, e tem sido o grande destaque da equipe alemã. Seu pódio em Baku reforça a evolução do carro prateado nesta fase da temporada.
Lewis Hamilton, por sua vez, ainda busca adaptação à Ferrari. A equipe italiana, que apostou alto na chegada do heptacampeão, não conseguiu se firmar como ameaça direta aos líderes.
O GP do Azerbaijão também reservou espaço para surpresas. Carlos Sainz Jr., agora na Williams, conquistou um inesperado terceiro lugar, marcando um dos pódios mais emblemáticos da temporada até aqui e trazendo novo ânimo para a tradicional escuderia de Grove.
McLaren: Líder absoluta entre os construtores, com dupla consistente.
Mercedes: Evolução notável, principalmente com Russell.
Red Bull: Depende do talento de Verstappen, mas sofre com crises internas.
Ferrari: Ainda instável, mesmo com Hamilton.
Williams: Mostrou potencial com o pódio de Sainz em Baku.
Restando corridas importantes, como Singapura, Brasil e Abu Dhabi, a disputa promete se intensificar. A rivalidade entre Piastri e Norris tende a ser o enredo central, mas Verstappen continua pronto para surpreender.
Além da briga esportiva, 2025 marca o último ano da atual geração de motores e carros, o que aumenta a pressão das equipes antes das grandes mudanças previstas para 2026.
O cenário é claro: a Fórmula 1 de 2025 já entrou para a história como uma das temporadas mais competitivas dos últimos anos, e os próximos capítulos prometem ainda mais emoção.
📊 CLASSIFICAÇÃO DOS PILOTOS (até 24/09/2025)
Oscar Piastri (McLaren) – 324 pts
Lando Norris (McLaren) – 299 pts
Max Verstappen (Red Bull) – 255 pts
George Russell (Mercedes) – 212 pts
Lewis Hamilton (Ferrari) – 180 pts
📊 CLASSIFICAÇÃO DAS EQUIPES (até 24/09/2025)
McLaren – 623 pts
Mercedes – 389 pts
Red Bull – 362 pts
Ferrari – 310 pts
Williams – 185 pts

Gabriel Bortoleto no GP da Áustria • Foto: Andrea Diodato/NurPhoto via Getty Images
Osasco, SP – Em sua temporada de estreia na Fórmula 1 com a Sauber (que será Audi a partir de 2026), Gabriel Bortoleto tem mostrado uma trajetória de altos e baixos — com sinais claros de evolução que chamam atenção no grid. Aos 20 anos, o brasileiro acelera entre adversidades, aprendizados e resultados que indicam que há muito o que crescer nesse primeiro ano.
Desde a pré-temporada, Bortoleto enfrentou alguns percalços técnicos, como quando uma manutenção no assoalho prejudicou suas voltas, limitando sua quilometragem. Mesmo assim, conseguiu tempos razoáveis em comparação com concorrentes diretos.
Nas primeiras corridas, o desempenho foi mais discreto: classificações no Q1, dificuldades nas largadas, ritmo de corrida nem sempre competitivo. A Sauber ainda sofre com limitações de carro, restando pouco espaço para erros.
Com o passar das etapas, Bortoleto foi demonstrando sinais mais fortes de crescimento:
No GP de Miami, alcançou sua melhor posição de largada até então: 13º lugar, avançando ao Q2, algo raro para novatos.
No GP da Espanha (Barcelona), viveu um dos seus melhores sábados: largou em 12º lugar, sua melhor posição de classificação até então, superando seu experiente companheiro Nico Hülkenberg.
E talvez o momento mais significativo: sua melhor corrida até agora aconteceu no GP da Hungria, quando terminou em 6º lugar, pontuou bem, foi votado “Piloto do Dia” e subiu na classificação geral. Esse foi um domingo de consolidação de confiança para ele.
Outro marco: pontuar pela primeira vez na temporada, com um oitavo lugar no GP da Áustria, abrindo seu saldo no campeonato.
Um dos principais parâmetros para avaliar Bortoleto nesta temporada é sua comparação direta com Nico Hülkenberg, piloto experiente da mesma equipe. Em várias sessões de classificação recentes, o novato tem superado Hülkenberg, inclusive em momentos decisivos, o que ressalta seu ritmo de adaptação.
Para analistas, o objetivo real de Bortoleto em 2025 vai muito além de vitórias — algo considerado improvável dada a competitividade do carro. O foco está em mostrar consistência, extrair desempenho máximo do equipamento da Sauber, evoluir corrida após corrida e coletar pontos e boas classificações.
Apesar dos bons sinais, não faltam dificuldades:
A Sauber tem um carro que ainda não permite brigar nas linhas da frente com regularidade. As atualizações técnicas ajudam, mas a diferença para do topo do pelotão ainda é significativa.
Algumas corridas tiveram desempenho apagado, com Bortoleto sofrendo por largadas ruins, pneus menos eficientes, ou simplesmente ritmo inferior ao esperado em certas pistas.
Consistência: embora já tenha pontuado, falta manter esse desempenho de forma regular — tanto nas classificações quanto nas corridas principais.
Com os resultados recentes, especialmente o top 6 na Hungria e os bons desempenhos em qualificação, Bortoleto entra na segunda metade da temporada como uma promessa de médio a longo prazo, não apenas para a Sauber/Audi, mas para o automobilismo brasileiro.
Seu crescimento técnico e mental é reconhecido por companheiros, equipes e ex-pilotos. Para os próximos GPs, espera-se que ele capitalize essas melhorias, busque mais pontos e mantenha ou aumente o ritmo de evolução. Se conseguir isso, poderá se consolidar como uma referência de novato, e talvez até brigar por posições mais ambiciosas nas corridas onde o carro permitir.